O boom petrolífero onshore de Angola: novas descobertas e oportunidades de investimento estratégico
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Os blocos terrestres de Angola estão a atrair uma atenção crescente como oportunidades de investimento estratégico para as empresas de energia. Com uma ronda de licenciamento para 2025 marcada para o primeiro trimestre deste ano, espera-se que Angola atraia um interesse significativo de empresas locais e internacionais que procuram participar em actividades de exploração e produção no país.
Planos de exploração e perspectivas futuras
Com resultados preliminares previstos para o primeiro trimestre deste ano, um consórcio de empresas de consultoria, incluindo a Striped-Horse e a Metatek, recolheu e processou recentemente dados gravimétricos e magnométricos para os blocos KON-11, KON-12 e KON-15. Situados na bacia onshore do Kwanza, os dados adquiridos nos blocos permitirão identificar variações nas propriedades das rochas, indicando a presença de estruturas geológicas que podem conter petróleo e outros hidrocarbonetos.
Entretanto, como parte de uma estratégia de procura de novos empreendimentos e aquisição de activos de processamento de petróleo e gás em Angola, a empresa integrada de energia Corcel demonstrou um interesse significativo na Bacia do Kwanza. Em setembro último, a empresa concluiu a fase de aquisição de dados do estudo Enhanced Full Tensor Gradiometry Survey no Bloco KON-16. Os dados foram recolhidos pelo contratante Metatek e deverão fornecer informações geológicas que permitirão a exploração e o desenvolvimento do bloco.
Com o objetivo de perfurar o primeiro novo poço no bloco desde a década de 1960, a Corcel combinará os dados do estudo com os dados dos poços existentes, que orientarão o programa sísmico 2D da empresa para 2025. Isto acontece quando a Corcel confirmou a presença de petróleo - potencialmente 65 milhões de barris - no poço TO-14 no Bloco KON-11 em fevereiro de 2024.
Colaboração e concessões
No onshore da Bacia do Baixo Congo, a empresa de petróleo e gás Grupo Simples foi qualificada pela ANPG como não-operadora para os Blocos CON-2 e CON-8, à medida que a empresa prossegue as descobertas de abertura de play-opening no onshore de Angola. Em julho de 2024, foi assinado um contrato de partilha de produção para o Bloco CON-2, que prevê uma fase de exploração de cinco anos e uma fase de produção e desenvolvimento de 25 anos - na pendência da declaração de uma descoberta comercial.
Entretanto, no mesmo mês, foi também assinado um contrato de partilha de produção para o Bloco CON-8, que será desenvolvido pelo Grupo Simples, a petrolífera angolana Etu Energias e a empresa de exploração e produção Effimax Energt, numa fase de exploração de cinco anos e numa fase de produção e desenvolvimento de 25 anos.
A assinatura da concessão do Bloco KON-2, que teve lugar em Luanda em maio de 2023, marcou a entrada no mercado angolano da empresa de desenvolvimento upstream e downstream Inktank Group, da empresa de consultoria upstream Birte's Oil and Gas e da empresa de soluções mineiras MTI Group. A aquisição do Bloco KON-11 envolveu um consórcio constituído pela Birte's Oil and Gas, a empresa independente de energia Atlas Petroleum Exploration Worldwide (Apex), o Grupo Simples e o grupo de serviços de consultoria Omega Risk Solutions.
Os termos adicionais da concessão incluem uma fase de exploração de 5 anos, uma fase de exploração subsequente de 2 anos e um período de produção de base de 2 anos, com um gasto mínimo de 6 milhões de dólares para o KON-11 e o KON-12 e de 3 milhões de dólares para o KON-16. A Corcel estreou-se no mercado angolano após ter adquirido uma participação de 90% na Apex em maio de 2023, o que resultou numa participação nos blocos KON-11, KON-12 e KON-16. O Presidente da Corcel Presidente Scott Gilbert, indicou que o desenvolvimento dos blocos onshore de Angola faz parte da estratégia de crescimento da empresa, que envolve a realização de operações de perfuração no Bloco KON-16.
Explorando o potencial onshore de Angola
O investimento no mercado onshore angolano apresenta várias vantagens estratégicas para as empresas de exploração e produção. A ronda de licitações de 2025 incluirá seis blocos terrestres disponíveis nas bacias do Baixo Congo e do Kwanza, ambas as quais foram extensivamente pesquisadas; demonstraram elevadas taxas de sucesso em pós-wildcats; e contêm sucessões promissoras, mas pouco exploradas, no pré-sal.
Os contratos de concessão e de partilha de produção assinados assinalam também novas oportunidades para a expansão das actividades de exploração e produção, ao mesmo tempo que consolidam o potencial a montante que subsiste no mercado maduro.