Falando na CERAWeek em Houston, Andrade revelou que Angola assegurou mais de 60 mil milhões de dólares em compromissos para projectos futuros, atraindo tanto operadores estabelecidos como novos. Nos próximos cinco anos, estes investimentos irão impulsionar um desenvolvimento significativo e espera-se que as negociações em curso com vários investidores reforcem ainda mais o sector do petróleo e do gás em Angola.

A ANPG adoptou uma estratégia baseada em três pilares fundamentais: agilidade, flexibilidade e pragmatismo para manter a sua competitividade.

"A indústria é global e o capital vai para onde é mais bem-vindo. Nós, em Angola, estamos empenhados em proporcionar o melhor ambiente possível aos investidores em petróleo e gás", afirmou Andrade.

Afirmou que a ANPG simplificou os seus processos de licenciamento, reduzindo os prazos de resposta às propostas de investimento de anos para menos de 30 dias no âmbito da estratégia. Além disso, a agência está a implementar um quadro regulamentar que visa aumentar os investimentos do sector privado, assegurando ao mesmo tempo elevados rendimentos para os investidores.

Embora a crescente adoção da IA e o aumento da procura global de energia tenham feito de Angola um destino atrativo para o investimento, Andrade salientou que o ambiente empresarial e operacional de Angola para o petróleo e o gás melhorou significativamente nos últimos cinco anos, reforçando o seu estatuto de local privilegiado para investimentos em energia.

Referiu que Angola foi outrora um ponto de referência mundial para a exploração e que está agora a regressar em força. O governo, presidido por João Lourenço, introduziu políticas transformadoras nos últimos cinco anos, incluindo a flexibilização dos vistos de entrada e a melhoria das condições fiscais, para aumentar a confiança dos investidores.

Como resultado, Angola lançou quatro rondas de licenciamento, oferecendo 40 blocos, nos últimos cinco anos e está no bom caminho para iniciar a produção de gás no seu segundo projeto de gás não associado na segunda metade de 2025. O programa de produção incremental do país, concebido para otimizar os campos maduros, tem mantido a produção média acima de 1,1 milhões de barris por dia. Além disso, Angola deu prioridade a estratégias de redução das emissões de carbono, conseguindo uma redução de 60% na queima de gás nos últimos 15 anos através da cooperação com os operadores.

A próxima Semana Africana da Energia (AEW): Invest in African Energies - que terá lugar de 29 de setembro a 3 de outubro de 2025, na Cidade do Cabo - irá destacar as reformas regulamentares de Angola e os esforços de revitalização da indústria do petróleo e do gás.

Estas mudanças de política conduziram a outros marcos significativos, incluindo a perfuração de mais de 30 poços, particularmente em bacias fronteiriças como a bacia do Namibe, e a introdução de novos activos de produção em campos marginais, reforçando a carteira de produção de Angola tanto em terra como em águas pouco profundas.

Como os hidrocarbonetos continuam a desempenhar um papel crucial na estabilização do cabaz energético global, Angola continua empenhada em reforçar a sua posição como fornecedor preferencial, de acordo com Andrade.

Para fortalecer ainda mais o fluxo de investimentos em petróleo e gás angolano, a conferência Angola Oil & Gas (AOG), apoiada pela ANPG, servirá como uma plataforma estratégica para conectar reguladores angolanos e partes interessadas do sector com investidores globais. Programado para os dias 3 e 4 de setembro de 2025, em Luanda, o evento contará com painéis de discussão de alto nível e oportunidades exclusivas de networking, proporcionando uma visão em primeira mão do sector do petróleo e do gás em expansão em Angola.