Majors anunciam investimentos de milhares de milhões em Angola
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A Eni anunciou planos da Azule Energy – joint venture entre a Eni e a bp – para investir 5 mil milhões de dólares no mercado angolano nos próximos anos, enquanto a TotalEnergies revelou planos para investir 3 mil milhões de dólares através do projecto Dalia Life Extension. Estes compromissos acontecem numa altura em que o país reforça a sua política fiscal, com o objectivo de apoiar o crescimento da produção.
“Desde a sua criação, a Azule Energy já investiu mais de 5 mil milhões de dólares em Angola e, nos próximos anos, planeamos investir mais 5 mil milhões”, afirmou Claudio Descalzi, CEO da Eni.
Tanto a Eni como a bp tiveram um papel determinante na consolidação de Angola como um dos maiores produtores de petróleo e gás de África ao longo dos últimos 50 anos, com projectos offshore que abrangem exploração em águas profundas, produção em alto mar e infraestruturas em terra. Agora, através da Azule Energy, as empresas estão a moldar os próximos 50 anos de desenvolvimento, com foco no aumento da produção e no reforço do conteúdo local.
“Estamos a avançar com o projecto New Gas Consortium, que inclui os campos Q & M e representa o primeiro projecto de gás não associado do país. Além disso, a recente descoberta de gás da Azule disponibilizará ainda mais recursos para o crescimento e prosperidade de Angola, bem como para a diversificação económica através da utilização do gás. Ao projectar-se para os próximos 50 anos, a Eni tem orgulho em continuar esta jornada ao lado de Angola”, acrescentou Descalzi.
O ano de 2025 tem sido marcante para a Azule Energy, que em Julho anunciou o início da produção no projecto Agogo Integrated West Hub Development. Este projecto, que envolve o desenvolvimento integral de dois campos, tem uma capacidade de produção de 175 mil barris por dia.
“Há cinco semanas, registámos o primeiro óleo do FPSO Agogo. Foi um projecto complexo – de última geração e totalmente electrificado. A Azule movimentou 30 mil toneladas de equipamentos para a unidade. Apesar desta complexidade, a equipa conseguiu iniciar a produção quase um ano antes do previsto. No pico, esperamos atingir uma produção de 175 mil barris por dia, ajudando Angola a manter a meta de um milhão de barris/dia. A Azule é uma empresa que procura dar uma contribuição duradoura à sociedade angolana”, afirmou Murray Auchincloss, CEO da bp.
Como um dos maiores produtores do país, a TotalEnergies continua a reforçar a produção angolana através de grandes projectos offshore. Em 2025, a empresa colocou em operação dois projectos de referência, adicionando 60 mil barris por dia ao mercado. Localizados nos blocos 17 e 17/06, respectivamente, o CLOV Fase 3 e o campo Begónia foram desenvolvidos em estreita colaboração com os principais parceiros da indústria. O Begónia é também o primeiro desenvolvimento interblocos em Angola.
“Este ano foi especial para nós. Concretizámos marcos importantes, como o arranque da produção no Begónia e no CLOV Fase 3 – que acrescentaram 60 mil barris por dia. Iniciámos a construção do FPSO Kaminho, que abre uma nova bacia em Angola. Trata-se de um investimento de 6 mil milhões de dólares. Sancionámos ainda o projecto de extensão de vida do Dalia – parte da Iniciativa de Produção Incremental. Assumimos o compromisso de cerca de 3 mil milhões de dólares para esse desenvolvimento”, afirmou Mike Sangster, Vice-Presidente Sénior para África da TotalEnergies.
Estes compromissos de milhares de milhões de dólares demonstram que as majors vieram para ficar em Angola, confirmando a atractividade e flexibilidade do clima de investimento do país. De rondas de licenciamento plurianuais a blocos disponíveis por negociação directa, passando por campos marginais e projectos de produção incremental, Angola posicionou-se como um mercado competitivo de petróleo e gás.
“Nos últimos anos, Angola tem-se focado em reformas, reformas que transformaram a economia e o povo. Um povo que impulsiona a próxima geração e os próximos 50 anos. Ao construirmos o futuro, reflectimos sobre o que estas reformas significam para as próximas décadas. Não podemos parar de fazer avançar o petróleo como motor do futuro do país. Vamos perfurar, vamos perfurar,” afirmou em tom entusiástico NJ Ayuk, Presidente Executivo da Câmara Africana de Energia.