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04 de setembro de 2025

AOG 2025: Painel debate mecanismos inovadores de financiamento para empresas locais

AOG 2025: Painel debate mecanismos inovadores de financiamento para empresas locais
Num painel patrocinado pelo Banco BCS, durante a Conferência AOG 2025, foram debatidos mecanismos de financiamento inovadores para as empresas locais. À medida que o país procura travar o declínio da produção e aumentar a participação de prestadores de serviços nacionais, o sector financeiro surge como um parceiro estratégico para viabilizar estes objectivos.

O Banco BCS destacou a sua gama de produtos financeiros desenhados para apoiar o sector petrolífero e do gás. Os serviços incluem soluções de factoring, pagamentos a fornecedores e aquisição de dívidas, bem como a realização de pagamentos em moeda estrangeira em nome dos clientes, permitindo maior liquidez e rapidez operacional.

“Temos vindo a apoiar o sector para as empresas locais em particular, oferecendo produtos de factoring – como o pagamento a fornecedores – e comprando dívidas para acelerar processos. Dispomos de parcerias internacionais e realizamos pagamentos em moeda estrangeira em nome dos clientes”, explicou Sheila Barreto, Assessora do Conselho de Administração do Banco BCS.

A Bolsa de Valores de Angola (BODIVA) apresentou uma alternativa inovadora para as petrolíferas financiarem as suas actividades: a listagem em bolsa. O objectivo é listar pelo menos dez empresas até 2028, reforçando a sua capacidade financeira num sector intensivo em capital e de grande complexidade.

“Um dos principais instrumentos para as empresas é a emissão de dívida corporativa. O mercado accionista também está aberto e representa uma oportunidade viável. Por exemplo, tivemos o caso da ACREP, que não chegou a avançar para a cotação em bolsa, mas conseguiu levantar fundos através do mercado de capitais. Este é um caminho que outras empresas podem seguir”, afirmou Cristina Lourenço, Directora Executiva da BODIVA.

A Africa Finance Corporation (AFC) tem desempenhado um papel determinante no financiamento de projectos petrolíferos e de infraestruturas em Angola. A instituição apoiou recentemente a Refinaria de Cabinda – a segunda refinaria operacional do país e a primeira construída desde a independência –, que entrou em funcionamento no passado dia 1 de Setembro. A AFC também financiou a Etu Energias na sua estratégia de exploração, disponibilizando 60 milhões de dólares para apoiar operações de fusões e aquisições.

“Mesmo com alguns novos projectos em curso, até 2030 a meta de um milhão de barris por dia pode ser desafiada se não houver intervenções significativas. Para as empresas independentes de exploração e produção existem oportunidades relevantes, ligadas à segurança energética africana”, afirmou Ibitola Ukabam, Vice-Presidente de Investimentos da AFC.

Apesar destas oportunidades, as empresas angolanas enfrentam obstáculos para aceder a financiamento. “O foco deve estar em como encontrar soluções para que as empresas locais superem as barreiras ao financiamento. Existem muitas oportunidades em Angola, mas é necessário que as empresas criem estruturas corporativas sólidas e cumpram exigentes requisitos de compliance. Devemos também apoiar os bancos locais, garantindo liquidez de curto e longo prazo, e trabalhar com instituições parceiras para mitigar riscos”, defendeu René Awambeng, Fundador e Managing Partner da Premier Invest.

Entretanto, a KPMG que está presente em 143 países e que conta com  operações sólidas em Angola, destacou o seu papel no apoio a empresas privadas e públicas, promovendo projectos e transações de interesse mútuo.

“Estamos a investir na nossa prática em Angola, mas actuamos em todo o ciclo de transações, apoiando investidores nacionais e internacionais. Também ajudamos na gestão de moeda estrangeira, que continua a ser um grande desafio para muitas empresas. Sempre que há riscos de avaliação e questões fiscais, temos uma equipa especializada para lidar com estas matérias”, afirmou Erik Lambert, Director da KPMG.

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