A empresa de inteligência de mercado S&P Global Commodity Insights posicionou a exploração liderada por infraestrutura como o principal motor do desenvolvimento de petróleo e gás em bacias de fronteira em África. Assim, Angola – com uma base de infraestrutura robusta composta por bases logísticas, terminais marítimos e instalações de refinação – está bem posicionada para manter a sua posição como um dos maiores produtores de petróleo e gás de África, com uma produção de 1,1 milhões de barris de petróleo por dia.<br><br>Durante um workshop da pré-conferência da Angola Oil & Gas (AOG) 2024, o Chefe da Equipa Regional de Pesquisa Upstream Africana da S&P Global Commodity Insights, Justin Cochrane, apresentou estratégias-chave para maximizar a recuperação de recursos, ao mesmo tempo que prolonga a viabilidade dos desenvolvimentos existentes no sector de petróleo e gás de Angola.<br>

“O Bloco 15/06 é provavelmente o melhor exemplo de desenvolvimento liderado por infraestrutura em África”, afirmou Cochrane, acrescentando que “o que começou como uma exploração liderada por infraestrutura transformou-se num novo centro de desenvolvimento. Esta exploração adiccionou mais de 3 mil milhões de dólares ao valor presente líquido e espera-se que duplique a produção.”

Durante a apresentação, foi destacado que a estratégia de exploração liderada por infraestrutura de Angola está definida para apoiar o desenvolvimento de novas concessões, à medida que o país promove a exploração em áreas onshore e offshore. Também foi observado que, à luz desta nova estratégia, o governo angolano executou uma série de medidas regulatórias para atrair novos actores para o mercado upstream, incluindo a introdução de uma ronda de licenciamento de seis anos, que oferece um total de 55 blocos para exploração.

Cochrane destacou, igualmente, como a tecnologia sísmica melhorou significativamente nos últimos dez anos, com mais de uma década passada desde o último levantamento sísmico exploratório no campo offshore de Agogo, em Angola. Como tal, Cochrane indicou que alguns dos campos já descobertos no offshore do país têm o potencial para serem muito maiores do que se pensava anteriormente.

Até este momento, 26 blocos foram atribuídos e um forte número de empresas de exploração e produção entrou no país. Actualmente, 11 blocos estão disponíveis em oferta permanente, cinco campos marginais estão abertos e quatro blocos onshore estão prontos para investimento. Para além de novas concessões, os esforços de Angola para aumentar as reservas adiccionais são sustentados por uma iniciativa de produção incremental. Através de uma estratégia robusta de exploração liderada por infraestrutura, combinada com novos incentivos e políticas fiscais, a iniciativa visa expandir a recuperação melhorada nos campos em produção.

A pré-conferência da AOG 2024 decorre hoje em Luanda, servindo como um prelúdio ao programa principal nos dias 2 e 3 de Outubro. O programa da pré-conferência inclui uma série de workshops técnicos e apresentações que cobrem vários aspectos da cadeia de valor do petróleo e gás em Angola.