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03 de outubro de 2024

Estratégias de Sucesso para Fazer Negócios em Angola

Estratégias de Sucesso para Fazer Negócios em Angola
Sessão exclusiva na Angola Oil & Gas 2024 destacou o impacto das reformas no sector de petróleo e gás, impulsionando a exploração, o financiamento da expansão do gás e o aprofundamento dos mercados bancário e de capitais em Angola.

Mais de 30 concessões foram atribuídas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) de Angola, e o tempo de resposta para os investidores foi reduzido para 30 dias, segundo declarações feitas durante a conferência Angola Oil & Gas em Luanda, na quinta-feira.Patrocinado pela empresa integrada de energia angolana, etu energias, um painel explorou perspectivas de investimento e estratégias para fazer negócios em Angola, com foco nas reformas introduzidas pela ANPG desde a sua criação em 2019. Estas reformas – que visam enfrentar os desafios do sector, aumentar a transparência e reforçar a competitividade – levaram à atribuição de mais de 30 concessões, graças a novos incentivos para a exploração e o desenvolvimento de campos marginais, bem como à significativa redução do tempo de resposta da ANPG aos investidores.
 

"A competição global pelo acesso ao capital tem vindo a aumentar – os volumes de capital disponível têm diminuído, especialmente para as energias fósseis. Um dos maiores incentivos que podemos oferecer aos investidores é sermos rápidos na nossa resposta. Antes da criação da ANPG, o concessionário demorava quatro meses a responder aos investidores – hoje, respondemos em 30 dias ou menos," garantiu Alcides Andrade, Administrador Executivo da ANPG.

No sector bancário, estas reformas foram sentidas pelas instituições de crédito como o RMB. O banco corporativo e de investimento sul-africano aumentou a sua presença em todo o continente nos últimos cinco anos – incluindo o cofinanciamento do desenvolvimento de GNL flutuante Coral Sul, no valor de 4,9 mil milhões de dólares, em Moçambique – e está a procurar expandir a sua participação no financiamento tanto dos activos maduros de Angola como no crescimento do sector de gás. 

“As reformas da ANPG são um factor diferenciador em todo o continente. O tempo é importante,” disse Elizabeth Williamson, Chefe de Finanças Corporativas de Energia do RMB. “Nos últimos 10 anos, os bancos que cofinanciam connosco mudaram drasticamente – cerca de 50% desapareceram e 50% estão a emprestar em quantidades muito menores, normalmente apoiando clientes antigos. Em Angola, há uma grande oportunidade de impulsionar o financiamento para activos em fase avançada. Também queremos fazer parte do crescimento da história do GNL, que é crucial para o sul de África."

Segundo Paul Eardley-Taylor, Chefe de Cobertura de Petróleo e Gás da África Austral no Standard Bank, a expansão do gás em Angola pode ser um factor-chave para o desenvolvimento de capacidades de financiamento de projectos nacionais e de um mercado de empréstimos sindicados localmente, algo que o país ainda não possui.

“À medida que o plano director do gás de Angola evolui, mais dinheiro tem de fluir internamente, proveniente de partes domésticas. À medida que o sector energético evolui, esperamos que os mercados bancário e de capitais de Angola se aprofundem juntamente com ele,” afirmou Eardley-Taylor, acrescentando: “Angola já foi perfurada – o gás tem sido largamente reinjectado. Supondo uma gestão adequada dos reservatórios, trata-se de extrair o gás e transformá-lo em receita. Não é ‘perfurar, perfurar,’ mas sim ‘produzir, produzir.’”

Embora as reformas de Angola tenham sido direccionadas principalmente ao sector de petróleo e gás, como principal contribuinte do PIB do país, os oradores sublinharam a necessidade de estender as reformas a outros sectores para promover a diversificação económica, aumentar o conteúdo local e criar oportunidades para as empresas nacionais.

"Todas estas políticas governamentais devem manter e aumentar a produção, mas também desenvolver outros sectores," vincou Carlos Basto, Sócio-Gerente da EY Angola. “A vontade existe, mas ainda há questões relacionadas com políticas fiscais – aquelas que foram aplicadas ao sector de petróleo e gás precisam de ser transferidas para outros sectores. É importante ter transparência e estabilidade... assim como alinhar-se com as melhores práticas de investimento a nível global.”

“O conteúdo local desempenha um papel importante,” disse Francisco Monteiro, Presidente e CEO da empresa angolana de serviços Brimont. “Temos de conhecer as nossas capacidades, identificar o mercado, saber onde podemos agregar valor e ocupar esses espaços.”

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